
Se tem um nome que é sinônimo de montanhismo no Brasil, esse é Waldemar Niclevicks, Entre suas conquistas está a escalada do K2, a mais temida montanha do mundo, sendo o primeiro brasileiro a chegar lá, em 29 de julho de 2000 . Muitos tentaram, po
ucos conseguiram, alguns não voltaram pra contar a história. Waldemar é um dos que conseguiram voltar, depois de chegar ao ponto mais alto e fincar lá a bandeira do Brasil e do Furacão (Atlético Paranaense), seu time do coração.
Waldemar, por ele mesmo
"Meu nome é Waldemar Niclevickz, resid
o em Curitiba, no Paraná.
Sou formado em Turismo pela Universidade Federal do Paraná e atualmente atuo como
empresário e alpinista profissional. Minhas experiências nessa área compreendem a
escalada e a prática de montanhismo (montanha de gelo).
Até os 12 anos morei em uma chácara, em Foz do Iguaçu. Fui menino do interior,
apaixonado por mato, rios, pedras, árvores. Vim ainda criança de Foz do Iguaçu pra
Curitiba. Nessa época, 1981, eu tinha aproximadamente 15 anos. Foi a primeira vez que
desci a Serra do Mar. Lá reencontrei a natureza e descobri a montanha. Vi pessoas
praticando caminhadas e acampando. Posteriormente, interessei−me em subir o Marumbi e
lá vi pessoas escalando. O Marumbi é um lugar impressionante, bastante imponente e foi
isso que me chamou a atenção. Inicialmente, desenvolvi uma boa atividade junto à
natureza, não de caráter muito esportivo, porque era ainda adolescente. Depois, fui morar
em Campinas e vinha pra Serra só em feriados ou férias.
Aos 18 anos, fui pra Itatiaia e investi mais na escalada. Fiquei três anos no Rio de
Janeiro, entrei pra as Agulhas Negras e fiz parte do primeiro grupo de excursionistas. Então
tive o contato inicial com corda, cadeirinha, equipamento técnico, fiz rapel e aprendi a usar
os nós. No grupo Agulhas Negras fiz três anos de academia militar e, no final do terceiro,
passei no vestibular da Universidade Federal do Paraná. Eu não queria ser militar, essa era
uma vontade do seu pai. Em minhas férias, eu viajava: fui pra a Bolívia e pro Peru, lugar em
que pela primeira vez vi gelo. Cheguei à primeira montanha de gelo, a 5700 metros, apenas
caminhado, pois ainda estava iniciando a escalada. Embora nessa época eu não tivesse
formação técnica, porque apenas contava com uma pequena experiência em caminhadas,
tinha total desenvoltura nesse ambiente, gostava dele e o respeitava.
Aos 21 anos, voltei a morar em Curitiba. Associe–me ao clube paranaense de
montanhismo, tornei−me um freqüentador assíduo da Serra do Mar e não parei mais.
Retornei ao Rio várias vezes e entrei em contato com outros montanhistas. Atualmente, faço
parte de 8 grupos de montanhismo no Brasil.
Evoluí no esporte, fui me aperfeiçoando. Não posso dizer que eu nasci pra isso, mas
eu me identifiquei muito com o esporte, tive facilidade, habilidade pra me desenvolver e
sempre fui me dedicando. Então, quando eu comecei a levar mais a sério, fiz o cu
rso de
espeleologia na Universidade Federal do Paraná. Entrei no grupo de espeleólogos do
Paraná e, durante alguns anos, estudei caverna também. Sempre fui um amante da
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natureza. Inclusive atuei como diretor técnico do GEEP4, um dos principais grupos de
espeleologia do Paraná. Realizei escaladas em caverna, batendo chapeletas (inclusive em
umas rotas em que o pessoal não conseguia entrar, eu batia algumas chapeletas, alguns
grampos). Caverna é um lugar fascinante, eu sempre estive ligado a isso."
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